Originalmente publicado no site da UEPB
O Centro de Arte e Cultura (CAC) da Universidade Estadual da Paraíba está apoiando a intervenção urbana “Ágape: Uma prática anticonsumista”, manifestação do artista plástico Jorge Elô. A intervenção que acontecerá em Campina Grande a partir do dia 1° de maio tem a proposta de alertar a população no que se refere à desenfreada utilização de mercadorias e serviços para satisfação das necessidades humanas além de refletir acerca da sustentabilidade do planeta.
A intervenção assim se denomina porque para o filósofo grego Platão, Ágape é o amor desinteressado, de doação, sem espera de recompensa. A atividade consiste em arrecadar roupas e acessórios de amigos e demais interessados em aderir à causa, a partir dos quais serão montados quatro figurinos. As demais peças serão doadas para o Grupo de Apoio ao Paciente Oncológico (Gapo), organização não governamental de Campina Grande, que auxilia portadores de câncer menos abastados do ponto de vista financeiro. Cada figurino será usado pelo artista por um mês, todos os dias, envolvendo as tarefas profissionais e cotidianas.
As peças serão arrecadadas até o dia 29 deste mês e aqueles que desejarem tomar parte na intervenção, praticar o desapego ou simplesmente tiverem interesse em doar roupas para a iniciativa, poderão se dirigir ao Centro de Arte e Cultura da UEPB, que está funcionando como ponto de arrecadação. O Centro é localizado no Parque Evaldo Cruz, S/N, ao lado do Terminal de Integração, em Campina Grande.
No período da intervenção, que durará de maio a agosto, Jorge Elô declamará poemas de escritores locais e nacionais mensalmente na Praça da Bandeira, abordando a temática contra o consumismo. Além disso, o ápice do trabalho se dará quando o artista aparecer de surpresa numa festa da elite de Campina Grande, ainda a ser definida, e declamar um poema sobre a sociedade de consumo.
A intervenção urbana acontece em parceria com a jornalista Natasha Ikhmieniev. Ao final da prática, os quatro figurinos usados e a cobertura fotográfica do projeto serão expostos no CAC/UEPB. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (83) 8818-9044.
Artistas e estudantes contra o consumo exagerado
De acordo com o artista, a intervenção, que estava prevista para começar em meados deste mês, foi adiada devido a problemas de ordem técnica, mas prossegue ganhando a simpatia especialmente de estudantes e da comunidade artística local.
Escritores como Janailson Macedo, que já efetuou a doação de algumas peças, e Bruno Gaudêncio estão participando da proposta através do envio de poemas de cunho anticonsumista. O dramaturgo Saulo Queiroz, que também é diretor do Núcleo de Teatro da UEPB, igualmente participará concedendo alguns itens de vestuário, assim como o cineasta Erik Medeiros e o artista plástico Flávio Cândido já o fizeram.
O artista Jas-One já se prontificou a colocar diversos stencils pela cidade, com a imagem de divulgação da intervenção, em tamanho natural, onde Jorge aparece sem vestes, segurando apenas um grande livro do pintor holandês Rembrandt Harmenszoon van Rijn.
Mais sobre Jorge Elô
Natural de São Paulo, Jefferson Justino de Queiroz, o Jorge Elô, começou a desenhar na infância. Radicado em Campina Grande desde os 13 anos de idade, criou em 1996 seu primeiro personagem em quadrinhos, chamado Drio, influenciado pelas histórias de Calvin e Haroldo. A partir de então não parou mais de produzir, chegando a criar em 2006 um blog na internet (www.aventurasdavidacomum.blogspot.com) onde publica suas tirinhas.
Formado em História pela UEPB, Jorge Elô já enveredou por diversas outras linguagens e técnicas artísticas. Realizou uma animação intitulada “Campina Grande City” em 2008, com a qual ganhou o prêmio de melhor animação no Festival Comunicurtas/UEPB de 2010.
Ainda em 2008, realizou a exposição “Clássicos a Nanquim” no CAC/UEPB. No ano seguinte, produziu 20 quadros para o Museu do Semiárido, localizado na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Essas obras foram expostas em 2010, no Shopping Boulevard, em Campina, e na Estação Cabo Branco, em João Pessoa.
Também em 2010, efetuou a exposição “Ensaios a Lápis de Cor”, no Cine São José, em Campina Grande, e participou de uma exposição coletiva de quadrinhos no Sesc Centro.
Atualmente, está trabalhando num projeto do Museu do Semiárido financiado pelo BNB para a construção de três dioramas - um modo de apresentação artística, de maneira muito realista, de cenas da vida real para exposição com finalidades de instrução ou entretenimento. Também integra o Coletivo WC, composto por quadrinistas paraibanos que estiveram com uma exposição no Espaço Mundo, em João Pessoa, no final do ano passado.
Juliana Rosas, com informações da assessoria do artista
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