terça-feira, 31 de maio de 2011

Relatório prevê queda no consumo energético mundial em 2050

  


Energia renovável pode atender 95% da demanda

A demanda energética mundial poderá ser suprida em 95% por energias renováveis até 2050, segundo um relatório divulgado em 03 de fevereiro pela ONG ambientalista WWF e pela consultoria energética Ecofys.

O estudo aponta que até 2050 a demanda energética total poderá ser 15% inferior à de 2005, graças a medidas de economia de energia, apesar da previsão de aumento da população, da produção industrial e do transporte de cargas e de passageiros.

Atualmente, mais de 80% da energia global vêm de combustíveis fósseis, mas o relatório diz que a energia nuclear, os combustíveis fósseis e a biomassa poderão ser praticamente abandonados nas próximas quatro décadas.

Para isso, será preciso reduzir em pelo menos 60% os gastos com calefação de edifícios, por meio da melhora na eficiência energética e do uso de energia solar e calor geotérmico.

O relatório defende também a modernização das instalações elétricas, a adoção de redes inteligentes de transmissão de energia e a prioridade do transporte elétrico. Incentivos financeiros também teriam um papel importante: o estudo estima que serão necessários investimentos de pelo menos 1 trilhão para aumentar a geração de energia limpa.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Consumismo é ameaça ambiental global, adverte relatório do Worldwatch Institute

Publicado em EcoDebate


Hábitos de consumo americanos se espalharam para países emergentes, como Brasil e China, diz WWI (Worldwatch Institute)

O americano médio consome mais do que o seu próprio peso em produtos por dia, alimentando uma cultura global do excesso que vem emergindo como a maior ameaça para o planeta, segundo um relatório publicado nesta semana. No seu relatório anual [State of the World 2010: Transforming Cultures], o Worldwatch Institute diz que o culto do consumo e da ganância pode acabar com todos os avanços das ações governamentais em direção ao combate das mudanças climáticas e de mudanças para uma economia de eficiência energética.

“Até reconhecermos que nossos problemas ambientais, das mudanças climáticas ao desmatamento e à perda de espécies, são movidos por hábitos insustentáveis, não seremos capazes de resolver as crises ecológicas, que ameaçam acabar com a civilização”, disse o diretor do projeto, Erik Assadourian, que liderou uma equipe de 35 pesquisadores por trás do relatório. Reportagem de Suzanne Goldenberg, no ‘The Guardian‘

A população do mundo está queimando os recursos do planeta a uma velocidade imprudente, alerta o relatório da entidade americana. Na última década, o consumo de bens e serviços aumentaram 28% para US$ 30,5 trilhões.

A cultura do consumismo não é mais um hábito, em sua maioria, de americanos, mas está se espalhando por todo o planeta. Ao longo dos últimos 50 anos, o excesso foi adotado como um símbolo de sucesso em países em desenvolvimento como o Brasil, a Índia e a China, segundo o relatório. A China esta semana ultrapassou os Estados Unidos como o mercado mundial de carros. Também já é o maior emissor de gases de efeito estufa.

O relatório conclui que tais tendências não foram uma consequência natural do crescimento econômico, mas o resultado de esforços deliberados pelas empresas para conquistar os consumidores. Hoje são comuns produtos como as garrafas de água e o hambúrguer – rejeitado no início do século 20 por ser considerado um alimento prejudicial para os mais pobres.

Uma família média ocidental gasta mais com seu animal de estimação do que é gasto por um ser humano em Bangladesh.

O relatório fez notar sinais encorajadores de uma mudança da cultura de gastos altos. Ele disse que os programas de merenda escolar tem feito maiores esforços para incentivar hábitos alimentares mais saudáveis entre as crianças. A geração mais jovem também se mostra mais consciente do seu impacto sobre o meio ambiente.

É preciso haver uma transformação global de valores e atitudes, segundo o relatório. Com as atuais taxas de consumo, o mundo precisa erguer 24 turbinas eólicas por hora para produzir energia suficiente para substituir os combustíveis fósseis.

“Nós vimos alguns esforços encorajadores para combater a crise climática mundial nos últimos anos”, disse Assadourian. “Mas fazer políticas e mudanças tecnológicas, e continuar mantendo uma cultura centrada no consumismo, não pode ir muito longe.”

“Se não fizermos a nossa própria mudança de cultura haverá novas crises que teremos de enfrentar. Finalmente, o consumismo não vai ser viável daqui para frente com a população mundial crescendo em 2 bilhões e mais países crescem em poder econômico.”

No prefácio do relatório, o presidente do Worldwatch Institute, Christopher Flavin, escreve: “Enquanto o mundo luta para recuperar-se da mais grave crise econômica desde a Grande Depressão, temos uma oportunidade sem precedentes para dar as costas do consumismo. No final, o instinto humano de sobrevivência deve triunfar sobre o desejo de consumir a qualquer custo.”

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Natal dos "Freegans" ou como festejar sem gastar um centavo


Da France Presse



NOVA YORK, 19 dez 2007 (AFP) - De um lado, um monte de sacos de lixo que abundam nas calçadas de Nova York; do outro uma banca improvisada com frutas e pacotes de biscoitos e doces: uma verdadeira ceia de Natal acaba de ser tirada do lixo por um grupo dos chamados "Freegans", uma junção de conceitos libertários (free/livre) e alternativos (vegan/vegetariano).

No cruzamento da 3a. avenida com a 38th street de Manhattan, vários militantes desse movimento anticonsumista esperam pelo encerramento das atividades de um supermercado de luxo para agir antes que os caminhões coletores de lixo passem para fazer sua ronda.

O grupo age rapidamente, abre os sacos de lixo e tira deles quantidades incríveis de alimentos: caixas de morangos, iogurtes, sucos de fruta e diversas frutas e legumes.

Depois desse momento de agitação e desordem, os sacos plásticos voltam a ser fechados, os militantes ajeitam os itens recolhidos na improvisada banca e convidam os transeuntes a se servir das iguarias.

"É só um morango ter uma manchinha escura ou a data de validade do iogurte estar vencida em um dia para tudo ser jogado no lixo", explica Christian Gutiérrez, de 34 anos, que vive numa casa ocupada no bairro do Soho, sul de Manhattan, exibindo com orgulho um sobretudo Burberry's "encontrado no lixo". Assim como seus sapatos, os quais, segundo ele, sequer precisou reparar as solas.

O "Freeganismo" tem com lema "a vida além do capitalismo", um conceito que consiste em recuperar, compartilhar e reciclar.

O movimento reivindica a "coleta urbana", o direito à moradia gratuita, a solidaridade e o desemprego voluntário "porque o homem passa a vida trabalhando para pagar faturas e consumir".

Christian, desempregado por escolha, tem uma oficina móvel de montagem de bicicletas. Seu comércio funciona apenas às quartas-feiras, das 18 às 21 horas, e aos sábados, das 14 às 19.

"Venha aprender a fazer sua própria bicicleta", diz um prospecto que também dá a lista dos "eventos freegan" que acontecem em dezembro. "As pessoas vêm para consertar as bicicletas e ficam para jantar porque minha geladeira está sempre cheia", afirma.

"Nós crescemos com a convicção de que o que tem no lixo não necessariamente é lixo", explica Cindy Rosin, de 31 anos, que ensina artes numa escola primária do bairro de Queens (norte de Nova York).

"Grupos como os nossos se multiplicam nos Estados Unidos. Há um, que se chama 'Compact', cujos membros tentam viver o ano todo sem gastar um centavo", acrescenta Cincy, enquanto se aproxima de uma padaria para resgatar um saco de "bagels" jogados fora.

No geral, os transeuntes convidados para o ágape ficam meio desconcertados e os "Freegan" acabam levando tudo para casa.

"Nosso objetivo não é distribuir alimentos e sim informar as pessoas, falar-lhes do desperdício da sociedade de consumo, da destruição do planeta", explica o "freegan" Adam Weissman.

Os meios de comunicação são bem-vindos, mas certos acontecimentos estão "proibidos para a imprensa", acrescenta.

Os "Freegans" também organizam ações de "colheta selvagem": sob a direção de Tim Keating, "caçador urbano há mais de 30 anos". Ele conduz passeios pelos parques de Nova York durante os quais se aprende a sobreviver apenas com "os frutos e as frutas que encontram".

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Menos é mais: grupos anti-consumismo ganham espaço com a internet

por Andrea Vialli


(Acima, uma das campanhas da canadense Adbusters)


Para eles, menos é mais. Para além do ‘consumo verde’ (assunto do post anterior), cresce a força de grupos sociais que estão simplesmente reduzindo o ritmo das compras. Na esteira de movimentos ambientalistas, anti-globalização e pró-direitos dos animais, entre outros, os grupos anti-consumismo ganham força a partir do fortalecimento das ONGs e da profusão das redes sociais na internet.

Um exemplo interessante é o grupo canadense Adbusters (literalmente caçadores de anúncios), fundado em 1989. O grupo, que hoje mantém um website e edita uma revista com tiragem de 120 mil exemplares, ficou conhecido por parodiar anúncios publicitários com uma mensagem anti-consumismo. Em 1992, idealizou o Buy Nothing Day (Dia sem Compras), onde as pessoas são convidadas a passar ao menos um dia sem comprar nada – a idéia é promover uma reflexão sobre o peso que o consumo tem no estilo de vida contemporâneo.

Nos anos 90, o movimento Downshifting, também conhecido como Simplicidade Voluntária passou a ganhar adeptos a partir dos livros de autores como Duane Elgin e Vicki Robin. A idéia principal é assumir um estilo de vida propositalmente mais despojado, com menos coisas e com um retorno à vida em comunidade. “Não é para deixar de comprar. E sim deixar de buscar a felicidade nas compras”, diz Vicki. A idéia já tem adeptos no Brasil, com uma profusão de sites sobre o tema.

A radicalização do conceito levou gente como o americano Colin Beavan a abrir mão dos confortos do cotidiano em troca de ser um ‘homem sem impacto’. Em seu blog, No Impact Man, ele conta tudo sobre as dificuldades enfrentadas por ele e sua família ao tentar levar a vida sem plástico, papel higiênico e cortando pela metade o consumo de energia. Vai virar livro e filme.

Há ainda os curiosos freegans, que se auto-intitulam os ‘anarquistas verdes’. A idéia aqui é levar uma vida ‘free’, em todos os aspectos: tudo o que ‘consomem’ deve ser de graça. Móveis e outros utensílios podem ser conseguidos a partir do descarte alheio ou de endereços com o www.freecycle.org - onde itens são ofertados de graça. Até sua alimentação um autêntico freegan consegue assim, nem que seja revirando a lata de lixo das casas mais abastadas…

Crise

“À medida que ficam mais claras as relações entre o ato de consumir e a sustentabilidade do planeta, as pessoas tendem a rever seus conceitos. Mas é um processo lento, de educação”, diz Hélio Mattar, que no Brasil dirige o Instituto Akatu, ONG que dissemina o conceito do consumo consciente.

E não vão faltar argumentos. “A capacidade de reposição do planeta é simplesmente insuficiente para satisfazer, de uma forma sustentável, as ambições da China, Índia, Japão, Europa e Estados Unidos, bem como as aspirações do restante do mundo”. O veredicto, dado pelo relatório “O Estado do Mundo” (The State of the World) da ONG Wordwatch Institute, serve para ilustrar as implicações do consumo excessivo para o futuro da humanidade – se sistemas menos impactantes ao ambiente e às pessoas não se difundirem nos próximos anos.

Só os EUA são responsáveis por 25% do consumo de energia elétrica no mundo e por 30% do lixo gerado. Isso com cerca de 5% da população da Terra. O tema é explicado de forma didática e até bem-humorada (sim, é preciso) nesse vídeo da Tides Foundation, dos EUA. Partindo de um objeto de desejo atual, o iPod, a apresentadora Annie Leonard mostra o lado absurdo do modelo atual de produção e consumo de massa, que ganhou força nos pós-Guerra.

Boicotes

Com a internet, os grupos se tornam redes e os movimentos ganham mais dimensão, a ponto de se pressionar as corporações. Um outro link interessante é a lista de empresas ‘boicotáveis’ do site Ethical Consumer, do Reino Unido. Com base em reportagens da própria revista, foi feito um levantamento das fragilidades das grandes empresas. Aí estão até mesmo ícones como a marca de cosméticos The Body Shop. Após sua venda para a gigante L’Oreal, a The Body Shop não estaria mantendo seus antigos pilares, como a não-aplicação de testes em animais e seus programas de comércio justo com comunidades pobres da África. Coca-Cola, Toyota, Procter&Gamble e mesmo a China também figuram no ranking entre os dignos de boicote.

Perto do fim do primeiro figurino

O primeiro figurino está chegando ao fim. Dia 1 de junho o novo figurino já estará em uso.
O dia da declamação das poesias está marcado para sábado (dia 28) na Praça da Bandeira, às 18:00hs.


Mais algumas fotos da semana que se passou:







segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mais uma semana de intervenção



Completamos no total 16 dias com o primeiro figurino. Essa semana passada foi repleta de atividades, visitas a amigos, trabalho e diversão.




A experiência desses dias está sendo muito gratificante. Em primeiro lugar está o fato de ser extremamente prático vestir todos os dias as mesmas peças. Não preciso mais me olhar no espelho, pois sei exatamente como estou. Também me habituei aos olhares estranhos dos meus vizinhos. Com relação a isso, estou produzindo junto com o artista Urbano Jas-One panfletos explicativos para ser distribuído na região.


Depois de tanto tempo, sinto como se as roupas fosse minha própria pele, e certamente será estranho quando tiver que vestir o segundo figurino a partir do dia primeiro do mês que vem. Também estou habituado com o sistema de lavagem e secagem das peças. Soma-se a isso o fato desses últimos dias o sol ter sido generoso conosco.

Ainda não entregamos as doações que recebemos ao GAPO por indisponibilidade de tempo, pois a ong só funciona dois dias na semana, exatamente os dias em que tivemos ocupado. Esperamos fazer as doações até sexta desta semana, sem falta. 


As declamações de poemas ficarão para a última semana do mês, provavelmente no dia 28 (sábado). Portanto, quem quiser, ainda pode enviar seus poemas anticonsumista para o email jorgeelo@gmail.com, como também pode entrar em contato por email para fazer as doações.


Logo abaixo algumas das fotos dessa semana. As caminhadas noturnas, os trabalhos na casa de Flávio e a visita ao ensaio da banda Meia de US foram algumas das ações registradas.

 As doações arrecadas e que serão entregues ao GAPO essa semana.
 Caminhando pela Liberdade depois da chuva de sábado.
 Matando a sede no lago que se formou depois das chuvas
 Cara de fome esperando pela empada.
 Ajudando Flávio na confecção de um bode.
Tirando um som na bateria antes do ensaio da banda Meia de US
Curtindo o som da banda.



segunda-feira, 9 de maio de 2011

Doação na manhã chuvosa

Hoje de manhã recebi as doações de Bruno Ribeiro, que chegou em uma moto debaixo de uma garoa fina. Trouxe consigo suas doações e um poema para ser declamado na Praça da Bandeira. 


Quem quiser, ainda dá tempo. Faltam peças para completar os quatro figurinos e doação ao GAPO ocorrerá sexta feira. Participe. 

Bruno fazendo pose com suas peças e seu poema.

sábado, 7 de maio de 2011

O primeiro figurino e as primeiras ações

O primeiro figurino já se encontra em uso desde o dia primeiro de maio e contempla calça jeans, uma camisa vermelha de tecido, um colete de lã e um tênis. É algo bem simples, pensado para o clima destes dias. Jorge teve sorte na primeira semana, pois embora haja chovido, o figurino não molhou em nenhuma ocasião em que precisou fazer algo.
Com relação a lavagem de roupa neste clima sem sol, a solução encontrada foi usar a técnica de "torcer na toalha" para depois "secar no ferro".
Natasha Ikhmieniev aproveitou para tirar foto do artista ironizando o centro consumista da cidade, o Hiper Bompreço.

Algumas pessoas da vizinhança e que desconhecem a intervenção começam a demonstrar certa estranheza por Jorge vestir todos os dias a mesma roupa, especialmente em locais mais frequentados por ele, a exemplo de padarias, mercadinhos e similares. Ele planeja fazer panfletos com o objetivo de informar toda comunidade próxima acerca da intervenção e evitar o mal estar de sempre precisar explicar os motivos das mesmas vestimentas.


Semana próxima será divulgado o dia e horário da primeira declamação de poesias anticonsumistas na Praça da Bandeira, em Campina Grande.