segunda-feira, 27 de junho de 2011

Alguns registros



Com o figurino em uso durante o São João de Campina Grande
Esses dias que passei sem relatar meu cotidiano na intervenção “Ágape: Uma Prática Anticonsumista”, foi repleta de situações interessantes, diríamos algo mais subjetivos, íntimo, do que ações externas.

É certo que dia 10 de junho ocorreu a primeira declamação na Praça da Bandeira. Houve a participação Max, fazendo as honras de abertura, e de Flávio e Edgar cantando suas composições. O público que se fez presente gostou tanto da ideia que ficaram ansiosos pela data da próxima declamação. Foi um momento interessante, pois propiciou para mais gente ficar sabendo do projeto, e principalmente, a refletir acerca do tema do consumismo e onde ele nos levará. Estou, neste momento, reunindo mais poemas, para marcar a segunda declamação, que deverá ocorrer no início do mês que vem.

Em Campina Grande durante o São João, com trinta dias de festas, manter-me com apenas uma vestimenta está sendo muito difícil. Isso acabou me limitando em sair para as comemorações, como também me obrigou a usar as vestimentas em alguns momentos sem a higiene de que gostaria. Neste período também há a incidência de muita chuva, o que dificultou na secagem da roupa e me fez usar a calça com lama na barra das pernas.
Porém, não foi suficiente para me desanimar, pois, esses dias ajudei Flávio na confecção de uma escultura de um bode, dei minhas aulas de desenho, pintei alguns quadros e vivi ávidamente como costumo fazer.

As imagens deste período citado acima ainda são parcas, e por isso deixo para postá-las em um segundo momento. Agora, estou selecionando-as para a exposição que ocorrerá ao final da intervenção, no mês de setembro. Se tudo ocorrer bem, possa ser que essa exposição seja aprovada no Rumos do Itaú Cultural, e o projeto seja conhecido no país inteiro. Mentalizo isso todas as manhã, enquanto agradeço por mais um dia entre tantos outros que virão. Sei que pessoas também estão mentalizando junto a mim, como posso perceber nas discussões e reflexões que tive neste período.

As discussões são o principal eixo da intervenção, que associa a prática do uso das vestimentas de minha parte com a reflexão sobre o tema com a sociedade. E, essas interações, são significativas, pois percebo como a intervenção está atingindo diretamente às pessoas, e assim posso ter uma dimensão de como as ideias estão sendo absorvidas. Neste sentido, basta que saia em público para a discussão acerca do consumismo venha à tona. E independe do contexto e situação, como, por exemplo, o papo que tive com Ian e Matheu em meio ao forró no São João na casa do grande Adoniran, e que renderam belas reflexões.

Outro amigo meu, que se chama Joari, depois de saber da Ágape, decidiu abandonar o hábito familiar de comprar roupas todos os anos, e decidiu usá-las por mais tempo, assim como utilizar doações de próximos quando fosse preciso. O interessante, é que ele, por todo esses anos que o conheço, mantinha um visual próprio, carregado de preto e peças de couro. Sua escolha alterou totalmente seu visual, e como ele mesmo disse “vocês verão agora um Joari mais colorido, mais vivo”.

Em outra conversa, Larissa me falou, em meio aos ruídos do Parque do Povo, que achou muito interessante o Ágape, e que já mantinha uma prática neste sentido, não com relação as vestimentas, mas sim em seu hábito de não comer carne. Para ela, boicotar o consumo de carne significava boicotar os grande produtores de gado, que são junto com os madeireiros, os principais responsáveis pelo desmatamento da amazônia. E soma-se a isso as queimadas, tão prejudiciais ao clima do planeta, efetuadas para a produção de pasto. Fiscalização e controle para a redução do consumo de carne destas áreas de desmatamento já estão sendo tomados pelo governo, muito embora quem decida abandonar o consumo de carne, o faz também por outros motivos, como de saúde, religião, ou apego aos animais. De toda forma, passar a pensar sobre esse ponto, foi intimamente significativo para mim.

Neste momento da intervenção, estou com dificuldade com relação ao registros das ações. Mas isso está sendo resolvido, já que diversos amigos que trabalham com fotografia e áudio visual, já apontaram o interesse em ajudar. E por isso, só tenho a agradecer a todos os envolvidos no projeto, diretamente ou indiretamente, como foi caso de Ítalo Jones, que acabou registrando parte da declamação do dia 10 de junho em vídeo enquanto passava pela Praça da Bandeira, sem que eu tivesse noção da gravação e no momento onde a pessoa responsável por essa parte no projeto havia o abandonado. Sendo assim, os registros de Ítalo foram de suma importância para que a primeira declamação não passasse batida.

Abaixo o croqui que representa como será a exposição ao final da intervenção:

manequim vestido com um dos figurinos

porta-retrato feito de arame com os registros da intervenção.

O vídeo montado com as imagens da intervenção será projetado do teto para o chão, no centro, com as peças em volta. 

Planta baixa mostrando como deve ser a disposição de cada peça e o espaço que deverão ocupar. O quadrado ao centro é a projeção do filme no chão, para que as pessoas caminhem por ele, e "entrem" literalmente na intervenção, com as imagens projetadas em si mesmas!

Google investe US$ 280 mi em energia solar



O Google anunciou dia 14 de junho o investimento de 280 milhões de dólares para a criação de um fundo que estimule o uso da energia solar nos Estados Unidos.

O dinheiro será destinado à SolarCity, empresa que oferta a tecnologia a moradores e empresas, instala os equipamentos e oferece manutenção. Com o kit, o usuário consegue reduzir substancialmente a necessidade de energia elétrica oriunda de fontes externas, reduzindo sua conta.

“Nós acreditamos que energias renováveis distribuídas (geradas e usadas em casa) serão uma forma inovadora de usar a tecnologia solar fotovoltáica para melhorar nosso sistema de distribuição e evitar o sobrecarregamento da rede tradicional”, declarou Rick Needham, diretor de tecnologia verdes do Google.

De acordo com o Google, o encarecimento da energia nos próximos anos é um dos principais pontos a favor das energias renováveis. Esse é o maior investimento da empresa em projetos de energia renovável até então.

Em abril último, a empresa investiu 168 milhões de dólares em uma fazenda de energia solar do deserto de Mojave, nos Estados Unidos. Também este ano, a empresa firmou uma parceria a fim de alimentar seu data center, em Oklahoma, nos EUA, com energia eólica pelos próximos 20 anos.

Sacola plástica deve ser abolida em 2012 no estado de São Paulo

em Info

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assinou hoje um protocolo de intenções com a Associação Paulista de Supermercados (Apas) para acabar com o uso de sacolas plásticas descartáveis. Estima-se que, por mês, são consumidas cerca de 2 5 bilhões de sacolinhas plásticas de origem petroquímica nos supermercados paulistas.

A meta do governo e da associação é eliminar a utilização dessas sacolas a partir de janeiro do ano que vem.

A iniciativa já é realidade em Jundiaí, no interior do Estado, onde o uso da sacola descartável foi praticamente abolido. De acordo com a Apas, a maioria dos consumidores opta pelas sacolas retornáveis e carrinhos de feira, e poucos pagam os R$ 0,19 pela embalagem biodegradável, feita de amido de milho. Além disso, os supermercados oferecem caixas de papelão para o consumidor. Segundo a Apas, a substituição de embalagem teve adesão de 95% dos supermercados de Jundiaí e recebeu a aprovação de 75% da população.

O protocolo assinado hoje por Alckmin para levar essa prática a todo o Estado, na abertura do 27º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, na capital paulista, prevê que os supermercados terão seis meses para fazer campanhas de estímulo à mudança de hábito.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, participou da cerimônia e disse que o projeto vai ao encontro dos anseios dos brasileiros. "É muito importante que a gente possa avançar em políticas públicas que protejam o meio ambiente", defendeu. O prefeito disse ainda acreditar em um entendimento para que, numa segunda etapa, as sacolinhas biodegradáveis não sejam cobradas, mas oferecidas gratuitamente aos consumidores.

Na chegada, o governador enfrentou protestos de representantes do Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo. Cerca de 50 manifestantes carregavam faixas em que acusavam Alckmin de reduzir empregos e aumentar o lucro dos supermercados. O coordenador político do sindicato, Osvaldo Bezerra, alega que o projeto pode representar o fechamento de 20 mil vagas diretas e 100 mil indiretas. "Essa iniciativa causa impacto negativo na geração de empregos e aumenta o custo para o consumidor, que terá de pagar pelas novas sacolas".

O benefício ambiental, no entanto, deve ser grande. Dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente indicam que são produzidas no País 210 mil toneladas anuais de plástico filme (matéria-prima da sacolinha). Nos aterros sanitários, elas levam 100 anos para se decompor e se misturar ao solo. Já a sacola biodegradável, segundo a secretaria, se desfaz em até 180 dias em usina de compostagem e em dois anos em aterro.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Consumismo Infantil, um problema de todos

CARTUM de Oscar com o tema: Consumismo, selecionado - exposição e catálogo - III Salão de Humor MEDPLAN 2011 - 09 à 17 de Julho - Teresina - Piauí - Brasil


Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconseqüente. As crianças, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves conseqüências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e interesse geral.

De pais e educadores a agentes do mercado global, todos voltam os olhares para a infância − os primeiros preocupados com o futuro das crianças, já os últimos fazem crer que estão preocupados apenas com a ganância de seus negócios. Para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de escolha de produtos ou serviços. As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família (TNS/InterScience, outubro de 2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza. A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto quando é diretamente exposto às complexidades das relações de consumo sem que esteja efetivamente pronto para isso.

As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o que seus pais compram e são tratadas como consumidores mirins, mas também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente imposto.

Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado. Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor, 2005x2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade não se dirige às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são assediadas pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos direcionados também aos adultos. Em março de 2007, o IBOPE Mídia divulgou os dados de investimento publicitário no Brasil. Segundo o levantamento, esse mercado movimentou cerca de R$ 39 bilhões em 2006. A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade. Ao cruzar essa informação com o fato da criança brasileira passar em média quatro horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à programação televisiva (Painel Nacional de Televisores, IBOPE 2007) é possível imaginar o impacto da publicidade na infância. No entanto, apesar de toda essa força, a publicidade veiculada na televisão é apenas um dos fatores que contribuem para o consumismo infantil. A TNS, instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais atraídas por produtos e serviços que sejam associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinião dos amigos também foi identificada como uma forte influência.

Não é por acaso que o consumismo está relacionado à idéia de devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragédias naturais, como queimadas, furacões, inundações gigantescas, enchentes e períodos prolongados de seca, são muito mais comuns e freqüentes, foi porque a exploração irresponsável do meio ambiente prevaleceu ao longo de décadas.

Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia, para o desequilíbrio global. O consumismo infantil, portanto, é um problema que não está ligado apenas à educação escolar e doméstica. Embora a questão seja tratada quase sempre como algo relacionado à esfera familiar, crianças que aprendem a consumir de forma inconseqüente e desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética, econômica e social.

O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, combate qualquer tipo de comunicação mercadológica dirigida às crianças por entender que os danos causados pela lógica insustentável do consumo irracional podem ser minorados e evitados, se efetivamente a infância for preservada em sua essência como o tempo indispensável e fundamental para a formação da cidadania. Indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade mais justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida não apenas como um conceito a ser perseguido, mas uma prática a ser vivida.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Pós-Consumismo



José Roberto de Toledo - O Estado de S.Paulo

O brasileiro é antes de tudo um consumidor. Na economia, o consumo das famílias impulsionou o maior salto econômico do País em um quarto de século. Na Justiça, a maior parte da pilha acumulada é de ações movidas por consumidores insatisfeitos. Na política, o bolso do eleitor decidiu todas as campanhas presidenciais recentes.

As razões que comandaram esse processo são conhecidas: décadas de estagflação, séculos de exclusão. A histórica falta de renda e de crédito para a maioria da população criou uma demanda reprimida de dezenas de milhões de não-consumidores. Gente que só podia olhar a vitrine.

Quando o dique rompeu, a onda de consumo encheu as lojas, inundou os tribunais e levou de enxurrada tudo o que dificultava o acesso às gôndolas dos mercados. Não se pode dizer que ela lavou a política, mas fez naufragar alguns partidos. Outros emergiram.

As consequências de o Brasil estar se tornando uma nação de consumidores ávidos vão muito além do provinciano confronto PT-PSDB. É uma questão de prioridades, do que é mais importante para os habitantes de Pindorama.

Isso tem impacto direto sobre o exercício da cidadania. Tome-se a pesquisa que a Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas faz a cada três meses em todo o Brasil sobre a confiança no Judiciário e o que motiva alguém a pisar num tribunal.

Pouco menos de metade dos brasileiros adultos declarou já ter movido algum tipo de ação na Justiça. Desses, 1 em cada 3 foi movido por cobranças indevidas, serviços pagos e não realizados, ou seja, por julgarem que seus direitos de consumidor não foram respeitados.

Nenhum outro tipo de demanda judicial provocou a abertura de tantos processos. Nem mesmo as ações trabalhistas (25%), como pedidos de indenização. Tampouco as queixas relativas ao direito da família, como divórcios, pensões, guarda dos filhos.

Do ponto de vista do movimento da Justiça brasileira, o consumidor vem antes do trabalhador, do cônjuge, dos pais. Não se faz aqui juízo moral, não se pretende tachar esse movimento de bom ou ruim. Antes, é preciso constatar sua amplitude.

Fernando Henrique Cardoso se elegeu presidente após controlar a inflação. Reelegeu-se quando os neoconsumidores temeram que ela voltasse. Quatro anos de estagnação econômica depois, os mesmos eleitores arriscaram uma mudança. Sob Lula, o consumo explodiu. Ele se reelegeu, fez a sucessora.

A cronologia que antepõe o acesso ao consumo à vitória eleitoral soa simplista, mas é factual. Difícil encontrar correlação mais forte nas eleições presidenciais. Em todas, ganhou o candidato que conseguiu vender a si mesmo como o caminho mais seguro do consumidor até o mercado.

Prioridades. Estão erradas todas as pesquisas que sempre apontam educação, saúde e segurança como os temas que mais preocupam os brasileiros? As pessoas mentem aos pesquisadores? Não e não (ao menos a maioria). Mas nem sempre o que se diz a si próprio ser o mais importante é o que se faz primeiro. O mesmo vale para o eleitor.

É politicamente correto declarar que o interesse individual deve se submeter ao coletivo. Mas não é apenas em Brasília que a ordem dessas prioridades é invertida. Na solidão da cabine de votação também.

O resultado da urna não é uma declaração de boas intenções, mas a soma dos interesses individuais da maioria. Se o principal símbolo de status social são os bens que cada um possui, não deveria espantar que o candidato que parecesse mais apto a distribuí-los a mais gente vença.

Pode-se imaginar que isso é uma etapa. Que quando a maioria puder comprar os mesmos carros, roupas e grifes, os sinais de diferenciação social tenderão a mudar.

Pesquisas mostram que uma das ambições do neoconsumidor é ser socialmente aceito nos ambientes que passou a frequentar. Saber "se comportar" é uma preocupação. É sinal de que priorizar de fato a instrução será o passo seguinte ao acesso ao consumo?

Pode ser otimismo, mas é também uma necessidade coletiva. Nenhum país conseguiu sustentar seu crescimento econômico sem investir na qualificação de sua mão de obra, ou seja, na educação da população. 

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ideias para consumir

‘Consumerismo’, ativismo para consumidor mais consciente, defende o fim da compulsão na hora das compras.


É um neologismo que também termina com “ismo”. O consumerismo, que soa como um erro de tradução, é um movimento contemporâneo de ativismo de consumo. Para facilitar, é o oposto de um ‘ismo’ bem mais popular: o consumismo. 

“O consumerismo visa também contemplar o cidadão com leis, informações e organizações de defesa do consumidor para evitar danos materiais e morais”, explica o professor de comunicação Gino Giacomini Filho, da USP, autor do livro Consumidor versus Propaganda (Summus Editorial), entre outros títulos afins. 

É que o consumo não atende apenas a necessidades operacionais. É, na verdade, muito influenciado pelo imaginário. “Isso explica porque pessoas compram compulsivamente brinquedos, sapatos e até remédios.” Ainda que esse comportamento possa colocar em risco a saúde, o orçamento e a aquisição de bens mais urgentes e/ou importantes. 

Cadeiras e luminárias. 


No livro A Linguagem das Coisas (Intrínseca), Deyan Sudjic, diretor do Design Museum de Londres, conta que há um número desproporcional de cadeiras e luminárias no mundo da criação. Não é uma questão de necessidade. O autor ainda relaciona o consumismo a um processo de infantilização do consumidor. “Temos máquinas de remo em que nunca nos exercitamos, mesas de jantar nas quais não comemos”, argumenta. “São nossos brinquedos: compensações às pressões incessantes para comprá-los.” 

É isso o que os consumeristas atacam. Porque mais consumo implica “mais lixo, maior demanda por recursos naturais e maior gasto de combustíveis e energia para atender a desejos ilimitados, além de muitas outras posturas que induzem a comportamentos que oneram os ambientes naturais”, enumera o professor. 

Em Consumo Autoral (Estação das Letras), compêndio organizado pelo sociólogo italiano Francesco Morace (diretor do instituto de pesquisas de mercado Future Concept Lab, em Milão, que acaba de visitar o Brasil para o Fórum de Megatendências), os autores defendem que o consumidor escolha, interprete e combine deliberadamente os produtos e serviços que consome. Sozinho. 

Embora os autores não usem a palavra, é consumerismo o que propõem. E, para eles, isso já estaria acontecendo. “O cotidiano das pessoas está se aproximando das experimentações mais ousadas das vanguardas”, garantem. 

O público já estaria aprendendo a preencher, com seus valores, o vazio deixado pela experiência de comprar cegamente. Por quê? Para fazer escolhas, misturas e abstenções inteligentes, responsáveis, autorais, consumeristas – ou como você preferir chamar. 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Declamações de poesias


 Sem cabelo e com meu filho Pablinho, diante do quadro de Portinari "O Perna-de-Pau e sua Senhora", no Museu de Artes Assis Chateaubriand. (Foto: Jas-One)



O segundo figurino está em uso desde o dia primeiro deste mês, e pode ser conferido na foto acima. Será com ele que farei a primeira declamação de poesias, que foi remarcada para esta sexta-feira (dia 10) às 17 horas na Praça da Bandeira. 


Neste link (Clique) vocês poderão conferir os poemas que fazem parte do projeto Ágape. Sintam-se a vontade para eleger um (ou mais) poema(s) para declamar sexta, afinal quanto mais gente participar, mais forte será o coro contra o consumismo exacerbado, contra a sociedade de consumo. Desde já agradeço quem puder aparecer e desta vez não será adiado, prometo, rsrsrs. 


Depois das declamações, convido todos a irem assistir aos filmes produzidos com recursos do edital Linduarte Noronha, especialmente ao curta A Fábrica de Gravatas, no qual fui diretor de arte digital. As exibições irão ocorrer no Museu de Artes Assis Chateuabriand, localizado na Avenida Floriano Peixoto. Fica ao lado do prédio da prefeitura e quase em frente à Biblioteca Municipal. O horário para começar as exibições dos curtas está marcado para as 18:30hs. 


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fim do primeiro figurino e imprevisto nas declamações

O primeiro figurino chegou ao fim. A camisa findou com o vermelho desbotado, o colete de lã com alguns fiapos saindo e a calça com rasgões nas colchas. Sobreviveram bravamente ao mês de uso. Estão guardadas para serem expostas ao final de toda intervenção, junto com as fotografias e vídeos.

Hoje inaugurei o segundo figurino, que é composto por calça jeans, camisa preta (que preferi colocar um desenho no lugar do nome da marca da camisa) e um casaco para as noites frias do São João que está por vir. O calçado continuo com o mesmo, pois não recebi nenhuma doação deste tipo de peça.

Não tenho as imagens deste novo figurino, pois infelizmente a Natasha Ikhmieniev abandonou o projeto. Por isso, em breve posto imagens do novo figurino, e quem sabe outro parceiro para fazer a cobertura. Esse também foi o motivo pela as declamações programadas para o dia 28 não ter ocorrido. As datas das declamações também serão repensadas.

Aproveito para postar imagens da semana passada, enquanto estava em reunião com o pessoal do Museu do Semiárido, ainda com o primeiro figurino, e onde estou desenvolvendo um projeto para a construção de três Dioramas. O projeto está previsto para ser concluído 2012.

Da esquerda para direita: Helda Suene, eu, Daniel Duarte e Rossino "Só Alegria".