terça-feira, 2 de agosto de 2011

Último Mês de Ágape


Esculturas de bode confeccionadas em fibra de vidro

Entramos no último figurino da intervenção. Em breve posto imagens dele, junto aos outros três usados durante esses meses. Esse mês passado foi muito corrido, e devido a isso os registros no blog foram deixado um pouco de lado. Julho foi também o mês que tive que abandonar o figurino por alguns dias. Isso porque fui trabalhar com Flávio Cândido Freire na confecção de duas esculturas de bode para a cidade de Gurjão, e logo no primeiro dia, percebi que se permanecesse com o figurino, a resina iria destruí-lo. Desta forma, passei a semana de trabalho com uma outra roupa, que também foi doada por Flávio para tal uso.

As doações ao Gapo acabaram não ocorrendo. Isso porque elas aconteceram aos poucos, para as pessoas que passavam em minha porta pedindo algum tipo de ajuda. Como no bairro que moro isso é muito frequente, eles levaram tudo que eu arrecadei em bem pouco tempo.


Devido às intempéries do mês anterior, pretendemos colocar um gás neste último mês de intervenção que temos pela frente. As declamações de poemas irão ocorrer nos dias 12, 19 e 26 deste mês, todas essas datas caindo numa sexta-feira. O horário pretendido é às 17:30h, na Praça da Bandeira, em Campina Grande. Também recebi o convite para declamar no show da banda Meia de US, no dia 20, num show que eles farão em homenagem à Raul Seixas. Junto a estas ações, estou organizando junto com amigos um evento que aglutine as ideias da intervenção em parceria com outras expressões artística da cidade. Seria um momento para as pessoas que não puderam participar da intervenção com suas doações, fazê-lo.


Por fim, pretendo ir em algumas escolas municipais e estaduais da cidade para discutir o tema do consumismo junto às crianças e jovens. Desta forma, almejo finalizar em grande estilo o projeto, trazendo novamente o tema consumismo em discussão, para que o seu resultado perdure muito mais do que o mês que está por findar e que soluções sejam, mais do que pensadas, praticadas.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Photoshop Adbusting em Berlim

Publicado originalmente em brainstorm9, em 12/01/2009

Em mais um exemplo genial de adbusting, um outdoor no metrô de Berlim sofreu uma intervenção sarcasticamente elegante.

A placa anunciava os discos de Britney Spears, Leona Lewis e Christina Aguilera, mas por cima delas foram coladas diversas imagens representando a paleta de ferramentas do Photoshop.

A “ação” foi assinada por um grupo chamado Mr. Tailon, Baveux Prod., Kone & Epoxy.






segunda-feira, 27 de junho de 2011

Alguns registros



Com o figurino em uso durante o São João de Campina Grande
Esses dias que passei sem relatar meu cotidiano na intervenção “Ágape: Uma Prática Anticonsumista”, foi repleta de situações interessantes, diríamos algo mais subjetivos, íntimo, do que ações externas.

É certo que dia 10 de junho ocorreu a primeira declamação na Praça da Bandeira. Houve a participação Max, fazendo as honras de abertura, e de Flávio e Edgar cantando suas composições. O público que se fez presente gostou tanto da ideia que ficaram ansiosos pela data da próxima declamação. Foi um momento interessante, pois propiciou para mais gente ficar sabendo do projeto, e principalmente, a refletir acerca do tema do consumismo e onde ele nos levará. Estou, neste momento, reunindo mais poemas, para marcar a segunda declamação, que deverá ocorrer no início do mês que vem.

Em Campina Grande durante o São João, com trinta dias de festas, manter-me com apenas uma vestimenta está sendo muito difícil. Isso acabou me limitando em sair para as comemorações, como também me obrigou a usar as vestimentas em alguns momentos sem a higiene de que gostaria. Neste período também há a incidência de muita chuva, o que dificultou na secagem da roupa e me fez usar a calça com lama na barra das pernas.
Porém, não foi suficiente para me desanimar, pois, esses dias ajudei Flávio na confecção de uma escultura de um bode, dei minhas aulas de desenho, pintei alguns quadros e vivi ávidamente como costumo fazer.

As imagens deste período citado acima ainda são parcas, e por isso deixo para postá-las em um segundo momento. Agora, estou selecionando-as para a exposição que ocorrerá ao final da intervenção, no mês de setembro. Se tudo ocorrer bem, possa ser que essa exposição seja aprovada no Rumos do Itaú Cultural, e o projeto seja conhecido no país inteiro. Mentalizo isso todas as manhã, enquanto agradeço por mais um dia entre tantos outros que virão. Sei que pessoas também estão mentalizando junto a mim, como posso perceber nas discussões e reflexões que tive neste período.

As discussões são o principal eixo da intervenção, que associa a prática do uso das vestimentas de minha parte com a reflexão sobre o tema com a sociedade. E, essas interações, são significativas, pois percebo como a intervenção está atingindo diretamente às pessoas, e assim posso ter uma dimensão de como as ideias estão sendo absorvidas. Neste sentido, basta que saia em público para a discussão acerca do consumismo venha à tona. E independe do contexto e situação, como, por exemplo, o papo que tive com Ian e Matheu em meio ao forró no São João na casa do grande Adoniran, e que renderam belas reflexões.

Outro amigo meu, que se chama Joari, depois de saber da Ágape, decidiu abandonar o hábito familiar de comprar roupas todos os anos, e decidiu usá-las por mais tempo, assim como utilizar doações de próximos quando fosse preciso. O interessante, é que ele, por todo esses anos que o conheço, mantinha um visual próprio, carregado de preto e peças de couro. Sua escolha alterou totalmente seu visual, e como ele mesmo disse “vocês verão agora um Joari mais colorido, mais vivo”.

Em outra conversa, Larissa me falou, em meio aos ruídos do Parque do Povo, que achou muito interessante o Ágape, e que já mantinha uma prática neste sentido, não com relação as vestimentas, mas sim em seu hábito de não comer carne. Para ela, boicotar o consumo de carne significava boicotar os grande produtores de gado, que são junto com os madeireiros, os principais responsáveis pelo desmatamento da amazônia. E soma-se a isso as queimadas, tão prejudiciais ao clima do planeta, efetuadas para a produção de pasto. Fiscalização e controle para a redução do consumo de carne destas áreas de desmatamento já estão sendo tomados pelo governo, muito embora quem decida abandonar o consumo de carne, o faz também por outros motivos, como de saúde, religião, ou apego aos animais. De toda forma, passar a pensar sobre esse ponto, foi intimamente significativo para mim.

Neste momento da intervenção, estou com dificuldade com relação ao registros das ações. Mas isso está sendo resolvido, já que diversos amigos que trabalham com fotografia e áudio visual, já apontaram o interesse em ajudar. E por isso, só tenho a agradecer a todos os envolvidos no projeto, diretamente ou indiretamente, como foi caso de Ítalo Jones, que acabou registrando parte da declamação do dia 10 de junho em vídeo enquanto passava pela Praça da Bandeira, sem que eu tivesse noção da gravação e no momento onde a pessoa responsável por essa parte no projeto havia o abandonado. Sendo assim, os registros de Ítalo foram de suma importância para que a primeira declamação não passasse batida.

Abaixo o croqui que representa como será a exposição ao final da intervenção:

manequim vestido com um dos figurinos

porta-retrato feito de arame com os registros da intervenção.

O vídeo montado com as imagens da intervenção será projetado do teto para o chão, no centro, com as peças em volta. 

Planta baixa mostrando como deve ser a disposição de cada peça e o espaço que deverão ocupar. O quadrado ao centro é a projeção do filme no chão, para que as pessoas caminhem por ele, e "entrem" literalmente na intervenção, com as imagens projetadas em si mesmas!

Google investe US$ 280 mi em energia solar



O Google anunciou dia 14 de junho o investimento de 280 milhões de dólares para a criação de um fundo que estimule o uso da energia solar nos Estados Unidos.

O dinheiro será destinado à SolarCity, empresa que oferta a tecnologia a moradores e empresas, instala os equipamentos e oferece manutenção. Com o kit, o usuário consegue reduzir substancialmente a necessidade de energia elétrica oriunda de fontes externas, reduzindo sua conta.

“Nós acreditamos que energias renováveis distribuídas (geradas e usadas em casa) serão uma forma inovadora de usar a tecnologia solar fotovoltáica para melhorar nosso sistema de distribuição e evitar o sobrecarregamento da rede tradicional”, declarou Rick Needham, diretor de tecnologia verdes do Google.

De acordo com o Google, o encarecimento da energia nos próximos anos é um dos principais pontos a favor das energias renováveis. Esse é o maior investimento da empresa em projetos de energia renovável até então.

Em abril último, a empresa investiu 168 milhões de dólares em uma fazenda de energia solar do deserto de Mojave, nos Estados Unidos. Também este ano, a empresa firmou uma parceria a fim de alimentar seu data center, em Oklahoma, nos EUA, com energia eólica pelos próximos 20 anos.

Sacola plástica deve ser abolida em 2012 no estado de São Paulo

em Info

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assinou hoje um protocolo de intenções com a Associação Paulista de Supermercados (Apas) para acabar com o uso de sacolas plásticas descartáveis. Estima-se que, por mês, são consumidas cerca de 2 5 bilhões de sacolinhas plásticas de origem petroquímica nos supermercados paulistas.

A meta do governo e da associação é eliminar a utilização dessas sacolas a partir de janeiro do ano que vem.

A iniciativa já é realidade em Jundiaí, no interior do Estado, onde o uso da sacola descartável foi praticamente abolido. De acordo com a Apas, a maioria dos consumidores opta pelas sacolas retornáveis e carrinhos de feira, e poucos pagam os R$ 0,19 pela embalagem biodegradável, feita de amido de milho. Além disso, os supermercados oferecem caixas de papelão para o consumidor. Segundo a Apas, a substituição de embalagem teve adesão de 95% dos supermercados de Jundiaí e recebeu a aprovação de 75% da população.

O protocolo assinado hoje por Alckmin para levar essa prática a todo o Estado, na abertura do 27º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, na capital paulista, prevê que os supermercados terão seis meses para fazer campanhas de estímulo à mudança de hábito.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, participou da cerimônia e disse que o projeto vai ao encontro dos anseios dos brasileiros. "É muito importante que a gente possa avançar em políticas públicas que protejam o meio ambiente", defendeu. O prefeito disse ainda acreditar em um entendimento para que, numa segunda etapa, as sacolinhas biodegradáveis não sejam cobradas, mas oferecidas gratuitamente aos consumidores.

Na chegada, o governador enfrentou protestos de representantes do Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo. Cerca de 50 manifestantes carregavam faixas em que acusavam Alckmin de reduzir empregos e aumentar o lucro dos supermercados. O coordenador político do sindicato, Osvaldo Bezerra, alega que o projeto pode representar o fechamento de 20 mil vagas diretas e 100 mil indiretas. "Essa iniciativa causa impacto negativo na geração de empregos e aumenta o custo para o consumidor, que terá de pagar pelas novas sacolas".

O benefício ambiental, no entanto, deve ser grande. Dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente indicam que são produzidas no País 210 mil toneladas anuais de plástico filme (matéria-prima da sacolinha). Nos aterros sanitários, elas levam 100 anos para se decompor e se misturar ao solo. Já a sacola biodegradável, segundo a secretaria, se desfaz em até 180 dias em usina de compostagem e em dois anos em aterro.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Consumismo Infantil, um problema de todos

CARTUM de Oscar com o tema: Consumismo, selecionado - exposição e catálogo - III Salão de Humor MEDPLAN 2011 - 09 à 17 de Julho - Teresina - Piauí - Brasil


Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconseqüente. As crianças, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves conseqüências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e interesse geral.

De pais e educadores a agentes do mercado global, todos voltam os olhares para a infância − os primeiros preocupados com o futuro das crianças, já os últimos fazem crer que estão preocupados apenas com a ganância de seus negócios. Para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de escolha de produtos ou serviços. As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família (TNS/InterScience, outubro de 2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza. A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto quando é diretamente exposto às complexidades das relações de consumo sem que esteja efetivamente pronto para isso.

As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o que seus pais compram e são tratadas como consumidores mirins, mas também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente imposto.

Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado. Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor, 2005x2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade não se dirige às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são assediadas pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos direcionados também aos adultos. Em março de 2007, o IBOPE Mídia divulgou os dados de investimento publicitário no Brasil. Segundo o levantamento, esse mercado movimentou cerca de R$ 39 bilhões em 2006. A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade. Ao cruzar essa informação com o fato da criança brasileira passar em média quatro horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à programação televisiva (Painel Nacional de Televisores, IBOPE 2007) é possível imaginar o impacto da publicidade na infância. No entanto, apesar de toda essa força, a publicidade veiculada na televisão é apenas um dos fatores que contribuem para o consumismo infantil. A TNS, instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais atraídas por produtos e serviços que sejam associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinião dos amigos também foi identificada como uma forte influência.

Não é por acaso que o consumismo está relacionado à idéia de devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragédias naturais, como queimadas, furacões, inundações gigantescas, enchentes e períodos prolongados de seca, são muito mais comuns e freqüentes, foi porque a exploração irresponsável do meio ambiente prevaleceu ao longo de décadas.

Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia, para o desequilíbrio global. O consumismo infantil, portanto, é um problema que não está ligado apenas à educação escolar e doméstica. Embora a questão seja tratada quase sempre como algo relacionado à esfera familiar, crianças que aprendem a consumir de forma inconseqüente e desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética, econômica e social.

O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, combate qualquer tipo de comunicação mercadológica dirigida às crianças por entender que os danos causados pela lógica insustentável do consumo irracional podem ser minorados e evitados, se efetivamente a infância for preservada em sua essência como o tempo indispensável e fundamental para a formação da cidadania. Indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade mais justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida não apenas como um conceito a ser perseguido, mas uma prática a ser vivida.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Pós-Consumismo



José Roberto de Toledo - O Estado de S.Paulo

O brasileiro é antes de tudo um consumidor. Na economia, o consumo das famílias impulsionou o maior salto econômico do País em um quarto de século. Na Justiça, a maior parte da pilha acumulada é de ações movidas por consumidores insatisfeitos. Na política, o bolso do eleitor decidiu todas as campanhas presidenciais recentes.

As razões que comandaram esse processo são conhecidas: décadas de estagflação, séculos de exclusão. A histórica falta de renda e de crédito para a maioria da população criou uma demanda reprimida de dezenas de milhões de não-consumidores. Gente que só podia olhar a vitrine.

Quando o dique rompeu, a onda de consumo encheu as lojas, inundou os tribunais e levou de enxurrada tudo o que dificultava o acesso às gôndolas dos mercados. Não se pode dizer que ela lavou a política, mas fez naufragar alguns partidos. Outros emergiram.

As consequências de o Brasil estar se tornando uma nação de consumidores ávidos vão muito além do provinciano confronto PT-PSDB. É uma questão de prioridades, do que é mais importante para os habitantes de Pindorama.

Isso tem impacto direto sobre o exercício da cidadania. Tome-se a pesquisa que a Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas faz a cada três meses em todo o Brasil sobre a confiança no Judiciário e o que motiva alguém a pisar num tribunal.

Pouco menos de metade dos brasileiros adultos declarou já ter movido algum tipo de ação na Justiça. Desses, 1 em cada 3 foi movido por cobranças indevidas, serviços pagos e não realizados, ou seja, por julgarem que seus direitos de consumidor não foram respeitados.

Nenhum outro tipo de demanda judicial provocou a abertura de tantos processos. Nem mesmo as ações trabalhistas (25%), como pedidos de indenização. Tampouco as queixas relativas ao direito da família, como divórcios, pensões, guarda dos filhos.

Do ponto de vista do movimento da Justiça brasileira, o consumidor vem antes do trabalhador, do cônjuge, dos pais. Não se faz aqui juízo moral, não se pretende tachar esse movimento de bom ou ruim. Antes, é preciso constatar sua amplitude.

Fernando Henrique Cardoso se elegeu presidente após controlar a inflação. Reelegeu-se quando os neoconsumidores temeram que ela voltasse. Quatro anos de estagnação econômica depois, os mesmos eleitores arriscaram uma mudança. Sob Lula, o consumo explodiu. Ele se reelegeu, fez a sucessora.

A cronologia que antepõe o acesso ao consumo à vitória eleitoral soa simplista, mas é factual. Difícil encontrar correlação mais forte nas eleições presidenciais. Em todas, ganhou o candidato que conseguiu vender a si mesmo como o caminho mais seguro do consumidor até o mercado.

Prioridades. Estão erradas todas as pesquisas que sempre apontam educação, saúde e segurança como os temas que mais preocupam os brasileiros? As pessoas mentem aos pesquisadores? Não e não (ao menos a maioria). Mas nem sempre o que se diz a si próprio ser o mais importante é o que se faz primeiro. O mesmo vale para o eleitor.

É politicamente correto declarar que o interesse individual deve se submeter ao coletivo. Mas não é apenas em Brasília que a ordem dessas prioridades é invertida. Na solidão da cabine de votação também.

O resultado da urna não é uma declaração de boas intenções, mas a soma dos interesses individuais da maioria. Se o principal símbolo de status social são os bens que cada um possui, não deveria espantar que o candidato que parecesse mais apto a distribuí-los a mais gente vença.

Pode-se imaginar que isso é uma etapa. Que quando a maioria puder comprar os mesmos carros, roupas e grifes, os sinais de diferenciação social tenderão a mudar.

Pesquisas mostram que uma das ambições do neoconsumidor é ser socialmente aceito nos ambientes que passou a frequentar. Saber "se comportar" é uma preocupação. É sinal de que priorizar de fato a instrução será o passo seguinte ao acesso ao consumo?

Pode ser otimismo, mas é também uma necessidade coletiva. Nenhum país conseguiu sustentar seu crescimento econômico sem investir na qualificação de sua mão de obra, ou seja, na educação da população. 

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ideias para consumir

‘Consumerismo’, ativismo para consumidor mais consciente, defende o fim da compulsão na hora das compras.


É um neologismo que também termina com “ismo”. O consumerismo, que soa como um erro de tradução, é um movimento contemporâneo de ativismo de consumo. Para facilitar, é o oposto de um ‘ismo’ bem mais popular: o consumismo. 

“O consumerismo visa também contemplar o cidadão com leis, informações e organizações de defesa do consumidor para evitar danos materiais e morais”, explica o professor de comunicação Gino Giacomini Filho, da USP, autor do livro Consumidor versus Propaganda (Summus Editorial), entre outros títulos afins. 

É que o consumo não atende apenas a necessidades operacionais. É, na verdade, muito influenciado pelo imaginário. “Isso explica porque pessoas compram compulsivamente brinquedos, sapatos e até remédios.” Ainda que esse comportamento possa colocar em risco a saúde, o orçamento e a aquisição de bens mais urgentes e/ou importantes. 

Cadeiras e luminárias. 


No livro A Linguagem das Coisas (Intrínseca), Deyan Sudjic, diretor do Design Museum de Londres, conta que há um número desproporcional de cadeiras e luminárias no mundo da criação. Não é uma questão de necessidade. O autor ainda relaciona o consumismo a um processo de infantilização do consumidor. “Temos máquinas de remo em que nunca nos exercitamos, mesas de jantar nas quais não comemos”, argumenta. “São nossos brinquedos: compensações às pressões incessantes para comprá-los.” 

É isso o que os consumeristas atacam. Porque mais consumo implica “mais lixo, maior demanda por recursos naturais e maior gasto de combustíveis e energia para atender a desejos ilimitados, além de muitas outras posturas que induzem a comportamentos que oneram os ambientes naturais”, enumera o professor. 

Em Consumo Autoral (Estação das Letras), compêndio organizado pelo sociólogo italiano Francesco Morace (diretor do instituto de pesquisas de mercado Future Concept Lab, em Milão, que acaba de visitar o Brasil para o Fórum de Megatendências), os autores defendem que o consumidor escolha, interprete e combine deliberadamente os produtos e serviços que consome. Sozinho. 

Embora os autores não usem a palavra, é consumerismo o que propõem. E, para eles, isso já estaria acontecendo. “O cotidiano das pessoas está se aproximando das experimentações mais ousadas das vanguardas”, garantem. 

O público já estaria aprendendo a preencher, com seus valores, o vazio deixado pela experiência de comprar cegamente. Por quê? Para fazer escolhas, misturas e abstenções inteligentes, responsáveis, autorais, consumeristas – ou como você preferir chamar. 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Declamações de poesias


 Sem cabelo e com meu filho Pablinho, diante do quadro de Portinari "O Perna-de-Pau e sua Senhora", no Museu de Artes Assis Chateaubriand. (Foto: Jas-One)



O segundo figurino está em uso desde o dia primeiro deste mês, e pode ser conferido na foto acima. Será com ele que farei a primeira declamação de poesias, que foi remarcada para esta sexta-feira (dia 10) às 17 horas na Praça da Bandeira. 


Neste link (Clique) vocês poderão conferir os poemas que fazem parte do projeto Ágape. Sintam-se a vontade para eleger um (ou mais) poema(s) para declamar sexta, afinal quanto mais gente participar, mais forte será o coro contra o consumismo exacerbado, contra a sociedade de consumo. Desde já agradeço quem puder aparecer e desta vez não será adiado, prometo, rsrsrs. 


Depois das declamações, convido todos a irem assistir aos filmes produzidos com recursos do edital Linduarte Noronha, especialmente ao curta A Fábrica de Gravatas, no qual fui diretor de arte digital. As exibições irão ocorrer no Museu de Artes Assis Chateuabriand, localizado na Avenida Floriano Peixoto. Fica ao lado do prédio da prefeitura e quase em frente à Biblioteca Municipal. O horário para começar as exibições dos curtas está marcado para as 18:30hs. 


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fim do primeiro figurino e imprevisto nas declamações

O primeiro figurino chegou ao fim. A camisa findou com o vermelho desbotado, o colete de lã com alguns fiapos saindo e a calça com rasgões nas colchas. Sobreviveram bravamente ao mês de uso. Estão guardadas para serem expostas ao final de toda intervenção, junto com as fotografias e vídeos.

Hoje inaugurei o segundo figurino, que é composto por calça jeans, camisa preta (que preferi colocar um desenho no lugar do nome da marca da camisa) e um casaco para as noites frias do São João que está por vir. O calçado continuo com o mesmo, pois não recebi nenhuma doação deste tipo de peça.

Não tenho as imagens deste novo figurino, pois infelizmente a Natasha Ikhmieniev abandonou o projeto. Por isso, em breve posto imagens do novo figurino, e quem sabe outro parceiro para fazer a cobertura. Esse também foi o motivo pela as declamações programadas para o dia 28 não ter ocorrido. As datas das declamações também serão repensadas.

Aproveito para postar imagens da semana passada, enquanto estava em reunião com o pessoal do Museu do Semiárido, ainda com o primeiro figurino, e onde estou desenvolvendo um projeto para a construção de três Dioramas. O projeto está previsto para ser concluído 2012.

Da esquerda para direita: Helda Suene, eu, Daniel Duarte e Rossino "Só Alegria".

terça-feira, 31 de maio de 2011

Relatório prevê queda no consumo energético mundial em 2050

  


Energia renovável pode atender 95% da demanda

A demanda energética mundial poderá ser suprida em 95% por energias renováveis até 2050, segundo um relatório divulgado em 03 de fevereiro pela ONG ambientalista WWF e pela consultoria energética Ecofys.

O estudo aponta que até 2050 a demanda energética total poderá ser 15% inferior à de 2005, graças a medidas de economia de energia, apesar da previsão de aumento da população, da produção industrial e do transporte de cargas e de passageiros.

Atualmente, mais de 80% da energia global vêm de combustíveis fósseis, mas o relatório diz que a energia nuclear, os combustíveis fósseis e a biomassa poderão ser praticamente abandonados nas próximas quatro décadas.

Para isso, será preciso reduzir em pelo menos 60% os gastos com calefação de edifícios, por meio da melhora na eficiência energética e do uso de energia solar e calor geotérmico.

O relatório defende também a modernização das instalações elétricas, a adoção de redes inteligentes de transmissão de energia e a prioridade do transporte elétrico. Incentivos financeiros também teriam um papel importante: o estudo estima que serão necessários investimentos de pelo menos 1 trilhão para aumentar a geração de energia limpa.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Consumismo é ameaça ambiental global, adverte relatório do Worldwatch Institute

Publicado em EcoDebate


Hábitos de consumo americanos se espalharam para países emergentes, como Brasil e China, diz WWI (Worldwatch Institute)

O americano médio consome mais do que o seu próprio peso em produtos por dia, alimentando uma cultura global do excesso que vem emergindo como a maior ameaça para o planeta, segundo um relatório publicado nesta semana. No seu relatório anual [State of the World 2010: Transforming Cultures], o Worldwatch Institute diz que o culto do consumo e da ganância pode acabar com todos os avanços das ações governamentais em direção ao combate das mudanças climáticas e de mudanças para uma economia de eficiência energética.

“Até reconhecermos que nossos problemas ambientais, das mudanças climáticas ao desmatamento e à perda de espécies, são movidos por hábitos insustentáveis, não seremos capazes de resolver as crises ecológicas, que ameaçam acabar com a civilização”, disse o diretor do projeto, Erik Assadourian, que liderou uma equipe de 35 pesquisadores por trás do relatório. Reportagem de Suzanne Goldenberg, no ‘The Guardian‘

A população do mundo está queimando os recursos do planeta a uma velocidade imprudente, alerta o relatório da entidade americana. Na última década, o consumo de bens e serviços aumentaram 28% para US$ 30,5 trilhões.

A cultura do consumismo não é mais um hábito, em sua maioria, de americanos, mas está se espalhando por todo o planeta. Ao longo dos últimos 50 anos, o excesso foi adotado como um símbolo de sucesso em países em desenvolvimento como o Brasil, a Índia e a China, segundo o relatório. A China esta semana ultrapassou os Estados Unidos como o mercado mundial de carros. Também já é o maior emissor de gases de efeito estufa.

O relatório conclui que tais tendências não foram uma consequência natural do crescimento econômico, mas o resultado de esforços deliberados pelas empresas para conquistar os consumidores. Hoje são comuns produtos como as garrafas de água e o hambúrguer – rejeitado no início do século 20 por ser considerado um alimento prejudicial para os mais pobres.

Uma família média ocidental gasta mais com seu animal de estimação do que é gasto por um ser humano em Bangladesh.

O relatório fez notar sinais encorajadores de uma mudança da cultura de gastos altos. Ele disse que os programas de merenda escolar tem feito maiores esforços para incentivar hábitos alimentares mais saudáveis entre as crianças. A geração mais jovem também se mostra mais consciente do seu impacto sobre o meio ambiente.

É preciso haver uma transformação global de valores e atitudes, segundo o relatório. Com as atuais taxas de consumo, o mundo precisa erguer 24 turbinas eólicas por hora para produzir energia suficiente para substituir os combustíveis fósseis.

“Nós vimos alguns esforços encorajadores para combater a crise climática mundial nos últimos anos”, disse Assadourian. “Mas fazer políticas e mudanças tecnológicas, e continuar mantendo uma cultura centrada no consumismo, não pode ir muito longe.”

“Se não fizermos a nossa própria mudança de cultura haverá novas crises que teremos de enfrentar. Finalmente, o consumismo não vai ser viável daqui para frente com a população mundial crescendo em 2 bilhões e mais países crescem em poder econômico.”

No prefácio do relatório, o presidente do Worldwatch Institute, Christopher Flavin, escreve: “Enquanto o mundo luta para recuperar-se da mais grave crise econômica desde a Grande Depressão, temos uma oportunidade sem precedentes para dar as costas do consumismo. No final, o instinto humano de sobrevivência deve triunfar sobre o desejo de consumir a qualquer custo.”

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Natal dos "Freegans" ou como festejar sem gastar um centavo


Da France Presse



NOVA YORK, 19 dez 2007 (AFP) - De um lado, um monte de sacos de lixo que abundam nas calçadas de Nova York; do outro uma banca improvisada com frutas e pacotes de biscoitos e doces: uma verdadeira ceia de Natal acaba de ser tirada do lixo por um grupo dos chamados "Freegans", uma junção de conceitos libertários (free/livre) e alternativos (vegan/vegetariano).

No cruzamento da 3a. avenida com a 38th street de Manhattan, vários militantes desse movimento anticonsumista esperam pelo encerramento das atividades de um supermercado de luxo para agir antes que os caminhões coletores de lixo passem para fazer sua ronda.

O grupo age rapidamente, abre os sacos de lixo e tira deles quantidades incríveis de alimentos: caixas de morangos, iogurtes, sucos de fruta e diversas frutas e legumes.

Depois desse momento de agitação e desordem, os sacos plásticos voltam a ser fechados, os militantes ajeitam os itens recolhidos na improvisada banca e convidam os transeuntes a se servir das iguarias.

"É só um morango ter uma manchinha escura ou a data de validade do iogurte estar vencida em um dia para tudo ser jogado no lixo", explica Christian Gutiérrez, de 34 anos, que vive numa casa ocupada no bairro do Soho, sul de Manhattan, exibindo com orgulho um sobretudo Burberry's "encontrado no lixo". Assim como seus sapatos, os quais, segundo ele, sequer precisou reparar as solas.

O "Freeganismo" tem com lema "a vida além do capitalismo", um conceito que consiste em recuperar, compartilhar e reciclar.

O movimento reivindica a "coleta urbana", o direito à moradia gratuita, a solidaridade e o desemprego voluntário "porque o homem passa a vida trabalhando para pagar faturas e consumir".

Christian, desempregado por escolha, tem uma oficina móvel de montagem de bicicletas. Seu comércio funciona apenas às quartas-feiras, das 18 às 21 horas, e aos sábados, das 14 às 19.

"Venha aprender a fazer sua própria bicicleta", diz um prospecto que também dá a lista dos "eventos freegan" que acontecem em dezembro. "As pessoas vêm para consertar as bicicletas e ficam para jantar porque minha geladeira está sempre cheia", afirma.

"Nós crescemos com a convicção de que o que tem no lixo não necessariamente é lixo", explica Cindy Rosin, de 31 anos, que ensina artes numa escola primária do bairro de Queens (norte de Nova York).

"Grupos como os nossos se multiplicam nos Estados Unidos. Há um, que se chama 'Compact', cujos membros tentam viver o ano todo sem gastar um centavo", acrescenta Cincy, enquanto se aproxima de uma padaria para resgatar um saco de "bagels" jogados fora.

No geral, os transeuntes convidados para o ágape ficam meio desconcertados e os "Freegan" acabam levando tudo para casa.

"Nosso objetivo não é distribuir alimentos e sim informar as pessoas, falar-lhes do desperdício da sociedade de consumo, da destruição do planeta", explica o "freegan" Adam Weissman.

Os meios de comunicação são bem-vindos, mas certos acontecimentos estão "proibidos para a imprensa", acrescenta.

Os "Freegans" também organizam ações de "colheta selvagem": sob a direção de Tim Keating, "caçador urbano há mais de 30 anos". Ele conduz passeios pelos parques de Nova York durante os quais se aprende a sobreviver apenas com "os frutos e as frutas que encontram".

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Menos é mais: grupos anti-consumismo ganham espaço com a internet

por Andrea Vialli


(Acima, uma das campanhas da canadense Adbusters)


Para eles, menos é mais. Para além do ‘consumo verde’ (assunto do post anterior), cresce a força de grupos sociais que estão simplesmente reduzindo o ritmo das compras. Na esteira de movimentos ambientalistas, anti-globalização e pró-direitos dos animais, entre outros, os grupos anti-consumismo ganham força a partir do fortalecimento das ONGs e da profusão das redes sociais na internet.

Um exemplo interessante é o grupo canadense Adbusters (literalmente caçadores de anúncios), fundado em 1989. O grupo, que hoje mantém um website e edita uma revista com tiragem de 120 mil exemplares, ficou conhecido por parodiar anúncios publicitários com uma mensagem anti-consumismo. Em 1992, idealizou o Buy Nothing Day (Dia sem Compras), onde as pessoas são convidadas a passar ao menos um dia sem comprar nada – a idéia é promover uma reflexão sobre o peso que o consumo tem no estilo de vida contemporâneo.

Nos anos 90, o movimento Downshifting, também conhecido como Simplicidade Voluntária passou a ganhar adeptos a partir dos livros de autores como Duane Elgin e Vicki Robin. A idéia principal é assumir um estilo de vida propositalmente mais despojado, com menos coisas e com um retorno à vida em comunidade. “Não é para deixar de comprar. E sim deixar de buscar a felicidade nas compras”, diz Vicki. A idéia já tem adeptos no Brasil, com uma profusão de sites sobre o tema.

A radicalização do conceito levou gente como o americano Colin Beavan a abrir mão dos confortos do cotidiano em troca de ser um ‘homem sem impacto’. Em seu blog, No Impact Man, ele conta tudo sobre as dificuldades enfrentadas por ele e sua família ao tentar levar a vida sem plástico, papel higiênico e cortando pela metade o consumo de energia. Vai virar livro e filme.

Há ainda os curiosos freegans, que se auto-intitulam os ‘anarquistas verdes’. A idéia aqui é levar uma vida ‘free’, em todos os aspectos: tudo o que ‘consomem’ deve ser de graça. Móveis e outros utensílios podem ser conseguidos a partir do descarte alheio ou de endereços com o www.freecycle.org - onde itens são ofertados de graça. Até sua alimentação um autêntico freegan consegue assim, nem que seja revirando a lata de lixo das casas mais abastadas…

Crise

“À medida que ficam mais claras as relações entre o ato de consumir e a sustentabilidade do planeta, as pessoas tendem a rever seus conceitos. Mas é um processo lento, de educação”, diz Hélio Mattar, que no Brasil dirige o Instituto Akatu, ONG que dissemina o conceito do consumo consciente.

E não vão faltar argumentos. “A capacidade de reposição do planeta é simplesmente insuficiente para satisfazer, de uma forma sustentável, as ambições da China, Índia, Japão, Europa e Estados Unidos, bem como as aspirações do restante do mundo”. O veredicto, dado pelo relatório “O Estado do Mundo” (The State of the World) da ONG Wordwatch Institute, serve para ilustrar as implicações do consumo excessivo para o futuro da humanidade – se sistemas menos impactantes ao ambiente e às pessoas não se difundirem nos próximos anos.

Só os EUA são responsáveis por 25% do consumo de energia elétrica no mundo e por 30% do lixo gerado. Isso com cerca de 5% da população da Terra. O tema é explicado de forma didática e até bem-humorada (sim, é preciso) nesse vídeo da Tides Foundation, dos EUA. Partindo de um objeto de desejo atual, o iPod, a apresentadora Annie Leonard mostra o lado absurdo do modelo atual de produção e consumo de massa, que ganhou força nos pós-Guerra.

Boicotes

Com a internet, os grupos se tornam redes e os movimentos ganham mais dimensão, a ponto de se pressionar as corporações. Um outro link interessante é a lista de empresas ‘boicotáveis’ do site Ethical Consumer, do Reino Unido. Com base em reportagens da própria revista, foi feito um levantamento das fragilidades das grandes empresas. Aí estão até mesmo ícones como a marca de cosméticos The Body Shop. Após sua venda para a gigante L’Oreal, a The Body Shop não estaria mantendo seus antigos pilares, como a não-aplicação de testes em animais e seus programas de comércio justo com comunidades pobres da África. Coca-Cola, Toyota, Procter&Gamble e mesmo a China também figuram no ranking entre os dignos de boicote.

Perto do fim do primeiro figurino

O primeiro figurino está chegando ao fim. Dia 1 de junho o novo figurino já estará em uso.
O dia da declamação das poesias está marcado para sábado (dia 28) na Praça da Bandeira, às 18:00hs.


Mais algumas fotos da semana que se passou:







segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mais uma semana de intervenção



Completamos no total 16 dias com o primeiro figurino. Essa semana passada foi repleta de atividades, visitas a amigos, trabalho e diversão.




A experiência desses dias está sendo muito gratificante. Em primeiro lugar está o fato de ser extremamente prático vestir todos os dias as mesmas peças. Não preciso mais me olhar no espelho, pois sei exatamente como estou. Também me habituei aos olhares estranhos dos meus vizinhos. Com relação a isso, estou produzindo junto com o artista Urbano Jas-One panfletos explicativos para ser distribuído na região.


Depois de tanto tempo, sinto como se as roupas fosse minha própria pele, e certamente será estranho quando tiver que vestir o segundo figurino a partir do dia primeiro do mês que vem. Também estou habituado com o sistema de lavagem e secagem das peças. Soma-se a isso o fato desses últimos dias o sol ter sido generoso conosco.

Ainda não entregamos as doações que recebemos ao GAPO por indisponibilidade de tempo, pois a ong só funciona dois dias na semana, exatamente os dias em que tivemos ocupado. Esperamos fazer as doações até sexta desta semana, sem falta. 


As declamações de poemas ficarão para a última semana do mês, provavelmente no dia 28 (sábado). Portanto, quem quiser, ainda pode enviar seus poemas anticonsumista para o email jorgeelo@gmail.com, como também pode entrar em contato por email para fazer as doações.


Logo abaixo algumas das fotos dessa semana. As caminhadas noturnas, os trabalhos na casa de Flávio e a visita ao ensaio da banda Meia de US foram algumas das ações registradas.

 As doações arrecadas e que serão entregues ao GAPO essa semana.
 Caminhando pela Liberdade depois da chuva de sábado.
 Matando a sede no lago que se formou depois das chuvas
 Cara de fome esperando pela empada.
 Ajudando Flávio na confecção de um bode.
Tirando um som na bateria antes do ensaio da banda Meia de US
Curtindo o som da banda.